Monday, June 07, 2010

Trânsito metropolitano em Curitiba

O fenômeno da metrópole curitibana associado ao poder aquisitivo de veículos automotores está produzindo conflitos visíveis em Curitiba. Basta olhar alguém que não sabe respeitar o trânsito e conferir as placas dos veículos para se ter certeza de que falta, no mínimo, educação de trânsito em cidades periféricas à nossa.

Não se trata de preconceito mas sim de evidências diárias, que um observador não muito arguto pode constatar.

É fácil de entender o que está acontecendo, baseado em algumas suposições: a região metropolitana de Curitiba não é vista de forma sistemica, isto é, como um todo, ao menos no que tange ao trânsito de veículos.

O setor de transportes, teoricamente, é entendido como um conjunto formado pelo sistema viário, os veículos e os seus motoristas.

Se as cidades de origem das viagens a Curitiba são precárias em algum ou em todos os aspectos de trânsito, então os conflitos se manifestam na cidade maior, Curitiba, dotada de razoável quantidade de componentes vinculados ao trânsito: sinalização horizontal e vertical, semáforos, etc.

O mínimo que se espera de um veículo é que permaneça em sua faixa, o que não está acontecendo com alguns veículos metropolitanos que circulam em Curitiba.

Outro aspecto é a convivência urbana não civilizada. Querer levar vantagem é uma característica de motoristas de baixo nível, embora possam ter poder aquisitivo para dirigir até carros novos.

Isto tudo é fato, mas o veículo que eu vi não era de Curitiba. Era de Joinville. Que pena. Logo eu que tenho em tão boa conta os habitantes daquela cidade.
Alguém pode dizer que Joinville não é cidade da região metropolitana de Curitiba. Sim, é verdade, mas está na área de influência urbana de Curitiba, que atrai seus habitantes pelas mais diversas razões.

Vamos ajudar a mudar esta realidade. Educação de trânsito para todos, enquanto há tempo. Se é que ainda há.

Sunday, June 06, 2010

A insustentabilidade urbana de Tokyo.

Quem acredita que uma cidade de 37 milhões de habitantes possa ser sustentável?

Leia no link acima.

Thursday, June 03, 2010

Sustentabilidade Urbana

Em 1978 fui convidado pelo Professor Henry Reining Jr., reitor emérito da Universidade do Sul da Califórnia, a escrever um ensaio sobre Qualidade Urbana. Confesso que fui pego de surpresa sobre o tema, porque naquela época o que me preocupava era a qualidade vida no Brasil, de maneira geral.

Reining era um dos professores do curso de mestrado em administração pública realizado em Curitiba, em parceria com a UFPR, que teve a oportunidade de vir à nossa cidade. Alguns deles conheceram Foz do Iguaçu e visitaram o canteiro de obras da usina de Itaipu. Outros foram somente a Antonina e Morretes, por serem mais próximas a Curitiba.

Aquelas citadas cidades, naquela época, apresentavam situações urbanas bem distintas e Foz era a que estava em ebulição, devido a um rápido crescimento urbano causado pelas oportunidades produzidas pela grandiosa obra da construção da hidrelétrica.

As carências urbanas em Foz do Iguaçu eram enormes e se não fosse o apoio do governo federal e, também, do governo do estado do Paraná, não sei o que seria daquela cidade.

A minha visão de qualidade urbana, naquela época, era a visão de um engenheiro civil preocupado com questões sociais, urbanas e regionais, em aspectos setoriais de habitação, saneamento básico e transporte.

Mesmo assim escrevi um modesto ensaio apontando aspectos de qualidade urbana relacionados à qualidade da água, do ar e nível de ruído sonoro.

Mais tarde, no curso de planejamento urbano e regional, na universidade de Edinburgh, tive a oportunidade de analisar a complexidade do desenvolvimento urbano.

Na verdade há tanta coisa para ser feita no Brasil em termos de desenvolvimento urbano que, mesmo sem a nova concepção de sustentabilidade, por meio de erros e acertos as cidades vão gradualmente se transformando, para melhor ou para pior.