Saturday, August 14, 2010

As evidências da evolução tecnológica

Less is more.
Mies van der Rohe

Hoje em dia basta alguém fazer um comentário sobre qualquer assunto que rapidamente podemos recorrer ao Google para saber mais a respeito. Até aí tudo bem.

O problema é que um link leva a outro e, se não formos disciplinados, corremos o risco de navegar por mares nunca dantes conhecidos; e usarmos o nosso tempo disponível em coisas que não necessariamente seriam aquelas que deveríamos estar usando.

Vou dar um exemplo. Pergunta fulano: Você viu na Internet a classificação mundial das universidades?Não, não vi, respondo. Mas aí me desperta o interesse em ver a tal classificação e lá vou eu para onde? Bingo: Google!

Procuro pela classificação das universidades, acho e, também, links interessantíssimos. Escolho um deles e depois escolho outro e chego na Universidade de Edinburgh, que me interessa, como ex-aluno.

Na página web daquela universidade encontro uma relação de ex-alunos famosos (o meu nome ainda não está lá). Escolho um deles: James Clerk Maxwell e o link me remete para a Wikipédia. Leio sobre Maxwell e vejo outros links. Clico num deles e, bingo novamente: aparece um livro, em pdf, com mais de 300 páginas sobre a vida de Maxwell, escrito em 1882!

O autor da façanha de colocar o livro digitalizado na web conta que, em 1997, ele teve a idéia e, após obter um exemplar na casa de um ex-professor, resolveu digitaliza-lo. Para armazenar tanta informação comprou um HD externo, de 2 Gb! Que façanha.

Hoje em dia a nossa estagiária tem um pendrive com o dobro daquela capacidade. No mercado sabemos que há HD externo de terabytes, ou seja, mais de mil Gigas.

Aumentou a capacidade de armazenagem da informação, mas nos falta tempo para a leitura daquilo que nos interessa. Que contradição. Parece que a curva da evolução tecnológica é exponencial, mas o tempo disponível para os humanos é cada vez mais reduzido.

Até que ponto, realmente, nos beneficiamos de tanta informação, principalmente nos bonitos dias ensolarados e de céu azul. O que certamente não ocorria com tanta freqüência nos dias em que Maxwell teve os seus insights sobre a natureza da eletricidade e do eletromagnetismo.

Aliás, a eletricidade e o magnetismo são, também os grandes responsáveis pela evolução tecnológica. Afinal, se Menos é mais, então Mais é menos? Mais ou menos, seria uma boa resposta.

Thursday, July 08, 2010

Quem vai liderar a mudança de paradigma urbano no Brasil?


As pessoas precisam se deslocar de suas casas para diferentes locais, para realizar suas atividades, com conforto, rapidez e segurança. Entre essas atividades, destacam-se: o trabalho, a educação e o lazer.

O modo de transporte mais apreciado pela maioria é o automóvel, pelas razões óbvias da conveniência de transporte de porta a porta, desde que haja onde estacionar. Porém, o acesso ao automóvel depende da renda para sua aquisição e manutenção. Assim, o preço do combustível é um dos parâmetros a ser considerado na localização das residências em relação às demais atividades.

O modelo norte-americano de ocupação do espaço regional, que decorreu em grande parte pelo custo de transporte e preço da terra, fez com que as cidades se diferenciassem do paradigma brasileiro.

No caso dos EUA, a localização metropolitana das habitações facilitou a idéia de implantação de sistemas ferroviários para o transporte de passageiros para as cidades, denominados metropolitanos, ou simplesmente metrôs, com terminais nos Central Business Districts – CBDs.

Na teoria econômica urbana, de acordo com Von Thünen, o preço da terra varia com a distância ao CBD. Quanto mais afastado do CBD for o lote de terra, mais barato é. O que é um estímulo para a descentralização das moradias e de atividades para pequenos núcleos metropolitanos.

No entanto, isto tudo pode passar por grandes mudanças em decorrência das inovações tecnológicas. A Internet, por exemplo, é uma inovação que já mudou, em parte, este paradigma. Outras inovações estão a caminho, tais como: carro elétrico, carro-avião, veículos movidos a hidrogênio, e outras que certamente virão.

Morar no campo e trabalhar na cidade poderá ser uma realidade no Brasil do futuro. Se isto se concretizar não haverá a necessidade de estimular o adensamento urbano para justificar e viabilizar investimentos elevados em sistemas de transporte ferroviários urbanos.

Se a necessidade é dita ser a mãe da invenção, então uma inovação deve atender a uma necessidade. Inovações existem muitas. Cada uma mostra a sua viabilidade num local ao longo do tempo. Por exemplo: sistema metropolitano de transporte existe em Londres há mais de 100 anos!

A hora talvez seja a de pensar em planejar novas cidades nas regiões metropolitanas do Brasil. Os líderes constroem o futuro. Os liderados pagam a conta e usufruem os benefícios. Para onde iremos?

Monday, June 07, 2010

Trânsito metropolitano em Curitiba

O fenômeno da metrópole curitibana associado ao poder aquisitivo de veículos automotores está produzindo conflitos visíveis em Curitiba. Basta olhar alguém que não sabe respeitar o trânsito e conferir as placas dos veículos para se ter certeza de que falta, no mínimo, educação de trânsito em cidades periféricas à nossa.

Não se trata de preconceito mas sim de evidências diárias, que um observador não muito arguto pode constatar.

É fácil de entender o que está acontecendo, baseado em algumas suposições: a região metropolitana de Curitiba não é vista de forma sistemica, isto é, como um todo, ao menos no que tange ao trânsito de veículos.

O setor de transportes, teoricamente, é entendido como um conjunto formado pelo sistema viário, os veículos e os seus motoristas.

Se as cidades de origem das viagens a Curitiba são precárias em algum ou em todos os aspectos de trânsito, então os conflitos se manifestam na cidade maior, Curitiba, dotada de razoável quantidade de componentes vinculados ao trânsito: sinalização horizontal e vertical, semáforos, etc.

O mínimo que se espera de um veículo é que permaneça em sua faixa, o que não está acontecendo com alguns veículos metropolitanos que circulam em Curitiba.

Outro aspecto é a convivência urbana não civilizada. Querer levar vantagem é uma característica de motoristas de baixo nível, embora possam ter poder aquisitivo para dirigir até carros novos.

Isto tudo é fato, mas o veículo que eu vi não era de Curitiba. Era de Joinville. Que pena. Logo eu que tenho em tão boa conta os habitantes daquela cidade.
Alguém pode dizer que Joinville não é cidade da região metropolitana de Curitiba. Sim, é verdade, mas está na área de influência urbana de Curitiba, que atrai seus habitantes pelas mais diversas razões.

Vamos ajudar a mudar esta realidade. Educação de trânsito para todos, enquanto há tempo. Se é que ainda há.

Sunday, June 06, 2010

A insustentabilidade urbana de Tokyo.

Quem acredita que uma cidade de 37 milhões de habitantes possa ser sustentável?

Leia no link acima.

Thursday, June 03, 2010

Sustentabilidade Urbana

Em 1978 fui convidado pelo Professor Henry Reining Jr., reitor emérito da Universidade do Sul da Califórnia, a escrever um ensaio sobre Qualidade Urbana. Confesso que fui pego de surpresa sobre o tema, porque naquela época o que me preocupava era a qualidade vida no Brasil, de maneira geral.

Reining era um dos professores do curso de mestrado em administração pública realizado em Curitiba, em parceria com a UFPR, que teve a oportunidade de vir à nossa cidade. Alguns deles conheceram Foz do Iguaçu e visitaram o canteiro de obras da usina de Itaipu. Outros foram somente a Antonina e Morretes, por serem mais próximas a Curitiba.

Aquelas citadas cidades, naquela época, apresentavam situações urbanas bem distintas e Foz era a que estava em ebulição, devido a um rápido crescimento urbano causado pelas oportunidades produzidas pela grandiosa obra da construção da hidrelétrica.

As carências urbanas em Foz do Iguaçu eram enormes e se não fosse o apoio do governo federal e, também, do governo do estado do Paraná, não sei o que seria daquela cidade.

A minha visão de qualidade urbana, naquela época, era a visão de um engenheiro civil preocupado com questões sociais, urbanas e regionais, em aspectos setoriais de habitação, saneamento básico e transporte.

Mesmo assim escrevi um modesto ensaio apontando aspectos de qualidade urbana relacionados à qualidade da água, do ar e nível de ruído sonoro.

Mais tarde, no curso de planejamento urbano e regional, na universidade de Edinburgh, tive a oportunidade de analisar a complexidade do desenvolvimento urbano.

Na verdade há tanta coisa para ser feita no Brasil em termos de desenvolvimento urbano que, mesmo sem a nova concepção de sustentabilidade, por meio de erros e acertos as cidades vão gradualmente se transformando, para melhor ou para pior.

Thursday, April 29, 2010

Lerner on Time

Time Magazine homage to Jaime Lerner is something good for him, for Curitiba, for Paraná State and for Brazil.

It is good for Parana State because Lerner was twice its governor and has always acted as a good causes developer.

It is good for Curitiba city because he was three times its mayor and did a lot for its urban development.

It is good for him because he deserves our respect as someone who is not arrogant and knows how to treat human beings as they deserve.

We are proud of him for this recognition because he is a successful professional, graduated at the Paraná Federal University, and did actions to put Curitiba in the international sustainability scenario.

Thursday, April 08, 2010

Curitiba Sustainability Award

Curitiba foi premiada como a cidade mais sustentável do mundo! Será que ela merece este título?

Curitiba was awarded as the most sustainable city in the world. Does she deserves this award?